Um grupo de Catanduva (SP), a 280 quilômetros de Piracicaba, esteve no gabinete do vereador Pedro Kawai (PSDB), na manhã desta sexta-feira (11), para conhecer as propostas do parlamentar em favor dos ostomizados ––pessoas que passaram pelo procedimento de abertura do abdome, chamado ostomia, para a implantação de uma bolsa para a coleta de urina e fezes.
Já são quatro iniciativas de Pedro Kawai em benefício dos ostomizados que vigoram na cidade após terem sido aprovadas na Câmara: o direito ao atendimento preferencial, o direito às vagas de estacionamento reservadas às pessoas com deficiência, a instituição do Dia Municipal dos Ostomizados e a carteirinha de identificação ––documento já emitido para cerca de 80 piracicabanos.
O objetivo do grupo que visitou o vereador é levar as ideias a Catanduva. Coordenador de Inclusão Social do município, Francisco Rodrigues Neto representou o Executivo local no encontro ––ele estava acompanhado da presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Oléia Jorge Figueiredo, e da presidente da Associação dos Ostomizados de Catanduva, Marisa Tricca Nechar.
"Descobrimos que os ostomizados de Catanduva estavam aquém [em termos de legislação]. Pela internet, vimos que Piracicaba já tem o cartão de identificação do ostomizado e fizemos o contato", disse Rodrigues. "Temos interesse de fazer uma articulação com o prefeito, que é muito participativo nas questões das pessoas com deficiência, e vamos sugerir essa legislação a ele para que dê o aval", completou.
Pedro Kawai lembrou que, para suas propostas saírem do papel, o diálogo com a Prefeitura foi fundamental. "É importantíssima a participação do Executivo. Se dependesse só da Câmara, eu não conseguiria fazer nem a carteirinha (pois existe a questão da ingerência de um poder sobre outro), já que eu estou gerando um custo ao município, ainda que seja mínimo. Então, nós sugerimos via indicação, foi feita a lei e o Executivo a normatizou", explicou.
O vereador comentou que, além de trazerem benefícios diretos ao dia a dia do ostomizado, as normas ajudam a atrair a atenção da população para o tema. "O grande problema do ostomizado é a identificação. Se ele pega a fila preferencial no banco, quem está nela "olha torto". Essas leis, no mínimo, provocam a discussão. Por exemplo, a pessoa está na fila do supermercado, vê na placa da fila preferencial o símbolo e a palavra "ostomizados" e pensa: "O que é ostomizado?". Aí, coloca na internet e descobre, para saber", disse o parlamentar.
O grupo de Catanduva aproveitou a visita a Pedro Kawai para esclarecer dúvidas sobre a aplicação das leis propostas por ele. O presidente da Associação Piracicabana de Ostomizados, Ademir Barbosa, também participou da conversa, mostrando como a participação ativa da entidade, em parceria com o mandato do vereador, pesou para que os ostomizados tivessem mais voz na cidade.
Dois exemplos foram a audiência pública realizada na Câmara, que discutiu o tema com representantes de mais de 20 cidades da região, e o curso de capacitação dado por uma técnica (atuante em uma empresa que confecciona as bolsas coletoras usadas pelos ostomizados) a enfermeiras de todas as unidades de saúde de Piracicaba.
"Hoje, em Piracicaba, todo PSF tem uma pessoa com a mínima noção de atender um ostomizado, numa emergência", destacou Pedro Kawai, que entregou ao grupo de Catanduva cópias das leis em vigor em Piracicaba. Em todo o Estado de São Paulo, estima-se em 17 mil o número de pessoas ostomizadas.