Mural de Mosaico Histórico da Cidade foi produzido por Clemência Pizzigati, no Mirante (Foto: M. Germano/JP)
De variados tamanhos, formas e materiais, os monumentos são construções implantadas com a finalidade de perpetuar a memória de pessoa ou acontecimento relevante na história de uma comunidade.
Em Piracicaba, há diversos deles, sendo que alguns, a partir de hoje, serão apresentados de terça a sábado no caderno Cultura do Jornal de Piracicaba na série denominada Lembranças Esculpidas (leia mais nesta página).
As informações a serem publicadas são baseadas no Inventário de Obras de Arte, Marcos Civis e Referenciais de Memória em Espaços Públicos na Cidade de Piracicaba, organizado pelo DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba).
Esta lista, composta por 48 obras, foi realizada em 2003, tendo a última atualização em 2008.
Também serão lembrados monumentos mais recentes.
Entre as “lembranças esculpidas” que constam no inventário do DPH está o busto de José Ferraz de Almeida Junior, que foi instalado na Praça Almeida Junior, onde há a Pinacoteca Municipal, em 1999.
Busto de José Ferraz de Almeida Junior foi instalado na praça onde há a Pinacoteca (Foto: M. Germano/JP)
Essa obra, que evidencia o pintor Almeida Junior — aclamado como precursor da temática regionalista na produção acadêmica brasileira —, foi feita por Manoel Martho, piracicabano e mestre das artes.
Outro referencial listado pelo Ipplap é o Mural de Mosaico Histórico da Cidade, que foi produzido na década de 1970 pela professora Clemência Pizzigati e alunos de escolas estaduais de Piracicaba durante uma greve de docentes do ensino público paulista em protesto contra o então governador Paulo Maluf.
Este mural é constituído por mais de 50 tipos de pedras, sobre fundo monolítico, e coloca em paralelo a Piracicaba antiga e a modernidade do município.
Há na lista, ainda, o monumento intitulado Vitório Ângelo Cobra — Cobrinha, que foi feito por Marco Antonio Cavallari e consiste em um busto do seresteiro que divulgou Piracicaba por meio de sua voz e morreu em 1995, aos 87 anos.
“Os monumentos são importantes para preservar a história. A intenção de alguém ao criar um monumento é, de fato, marcar a presença de uma pessoa ou acontecimento”, comentou o diretor do DPH, o arquiteto Marcelo Cachioni.
Estão elencadas no inventário do DPH obras homenageando pessoas como o intelectual Sud Menucci e o professor e escritor Thales Castanho de Andrade e alusivas ao combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932, as comunidades trentinas Santana e Santa Olímpia, o local de fundação de Piracicaba, entre outros.
Alguns dos autores das construções, confeccionadas em ferro, granito, concreto, bronze e demais materiais, são Osvair Peron, João Chaddad, Walter Naime, Archimedes Dutra e Luís Morrone.
Monumento homenageia o músico Cobrinha em praça (Foto: M. Germano/JP)
Este último, inclusive, é o responsável pela maioria dos trabalhos que integram a listagem.
Há casos em que a “obra” é algo natural, como a árvore Sapucaia, plantada na avenida Independência, e também considerada um monumento por ser relevante na história da cidade.
Conforme Cachioni, a iniciativa de implantação de monumentos é variada, com predominância em Piracicaba de associações como Rotary e Lyons, além da própria prefeitura ou particular.
“Em relação à instalação dos monumentos, não há um único departamento específico da cidade responsável por isso, porque depende do local onde se deseja colocá-los. É a partir deste dado que as secretarias do município se organizam. Se for algo, por exemplo, que possa estar relacionado à visibilidade no trânsito, pode ser avaliado até mesmo pela Secretaria de Trânsito e Transportes”, comentou Cachioni.
Em nota, o Centro de Comunicação Social da Prefeitura informou que interessados em instalar um monumento na cidade devem registrar a solicitação/protocolo para o prefeito e para o Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba), que tem uma comissão para analisar o pedido.
LEMBRANÇAS - Lembranças Esculpidas, que começa a ser publicada hoje no caderno Cultura do JP, consiste em uma série na qual diferentes monumentos — obras de arte, marcos civis e referenciais de memória —, presentes em espaços públicos do município, serão apresentados em fotografias, acompanhadas das seguintes informações: título, estilo, nome do autor, localização, data de realização e descrição da peça/homenageado.
Estas esculturas feitas para rememorar situações ou pessoas datam de décadas como 1920, 1930, 1940, 1950, 1970, 1980 e 1990.
Elas podem ser vistas nos bairros Centro, Vila Rezende, Vila Monteiro, Castelinho, Paulista, Jardim Monumento, Monte Alegre, entre outros.