A Câmara de Vereadores de Piracicaba realizou na noite desta terça-feira (17), às 19h30, audiência pública para discussão do Plano Municipal de Educação (PME), apresentado no projeto de lei 87/2016, o qual contempla as diretrizes das ações voltadas ao ensino na cidade, assim como define as metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos, em consonância com o Plano Nacional de Educação. O evento transcorreu-se no plenário "Francisco Antonio Coelho" e, contou com inúmeras pessoas que lotaram as dependências do Legislativo.
Foram convocados para discutir o tema a secretária municipal de Educação, Ângela Correa; o procurador-geral do município, Mauro Rontani; representantes do Conselho Municipal de Educação, da Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba e da Comissão Geral Coordenadora. E, convidados o prefeito Gabriel Ferrato (PSB), representantes do Ministério Público, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Piracicaba, integrantes das comissões e subcomissões que participaram da elaboração do PME, assim como demais interessados e toda a população de Piracicaba. Os vereadores Paulo Campos (SD) e José Antonio Fernandes Paiva (PT) justificaram ausência.
A proposta de realização da audiência pública foi de autoria da Comissão Permanente de Educação, Esportes, Cultura, Ciência e Tecnologia, presidida pelo vereador Pedro Kawai (PSDB), tendo como relator Matheus Erler (PTB) e Paulo Campos (PSD), conforme o requerimento 414/2016, aprovado em plenário durante a reunião ordinária da última segunda-feira (2).
O vereador Pedro Kawai coordenou a audiência pública ressaltando a primazia da cidade ter a oportunidade de discutir um plano que marcará os próximos dez anos, o que evidencia a importância do dia de hoje, em que a população se mobiliza para debater a educação.
O presidente da Câmara, Matheus Erler também registrou a sua satisfação de participar de um evento que marcará a cidade nos próximos 10 anos e, de ver o plenário da Câmara repleto de pessoas interessadas na discussão do plano de educação. Também considerou a importância de consultar a população. "Quando ouvimos mais a população erramos menos", disse.
A presidente do Conselho Municipal de Educação, Sandra Helena Perina apresentou a minuta do projeto, além de discorrer sobre as metas para os próximos dez anos, com referência ao atendimento de 100% de crianças nas escolas, sendo que hoje o municípío já contempla este quesito.
A coordenadora do Ensino Fundamental da secretaria municipal de Educação, Sálvia Barella Medina fez uma síntese da apresentação do plano, com destaque à universalização do ensino infantil, sendo que a partir de 2006, a criança em Piracicaba é matriculada já aos 6 anos. Também abordou sobre a escola de iniciativa privada e da rede estadual que também atendem as crianças de seis a 14 anos, no ensino regular e obrigatório. Ainda abordou sobre o combate à evasão escolar e da inclusão de todos os alunos; da alfabetização até o terceiro ano; ampliação gradativa da permanência dos alunos na escola, aperfeiçoamento dos docentes, na busca pela qualidade da educação, sendo que nossos alunos atingem e até ultrapassam metas estabelecidas pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Além de mostrar que o município já ultrapassou metas do EJA, (Educação de Jovens e Adultos), da alfabenização.
O dirigente regional de Ensino, Fábio Negreiros enfatizou a importância do evento, principalmente em função da participação da sociedade, no que evidenciou a preocupação do governo federal no Plano Nacional de Educação, em ações locais e regionais, na construção do plano, o que conferiu um plano muito participativo, como principal valor na trajetória de boa parte das pessoas envolvidas. Também discorreu sobre a característica do plano estadual, que está de forma articulada com o município de Piracicaba. Considerou as diversas etapas do ensino, o que inclui o ensino técnico. Além de discorrer sobre metas que buscam a universalização do ensino público, onde há vagas para todos, sendo que hoje se busca o oferecimento de vagas e oportunidades, garantindo um crescimento sustentável, acesso e a permanência do aluno.
Também falou do significado mais claro com relação ao ensino médio, além de considerar a carência de pesquisadores, nas escolas superiores. Também discorreu sobre índices do IDEB e IDESP, em ações contínuas e permanentes, de paradas para corrigir rumos. Sobre a avaliação do ensino integral, reiterou que há diversos modelos a seguir, avaliando o leque de possibilidades de formação dos jovens, colocando em evidencia o que se preconiza no mundo, de maior permanência dos jovens na escola.
O representante do Pira 21, da Comissão Geral Coordenadora, Ely Eser Barreto César comentou sobre o papel da universidade frente à formação geral, no que evidenciou o papel da qualidade da formação que as escolas oferecem, observando que estamos avançando nos compromissos educacionais. Também abordou sobre a importância de grupo de trabalho que se paute em analizar o curriculum escolar, em corresponder com o intercâmbio entre o ensino fundamental, com aquilo que a universidade oferece. Em outra questão importante, citou o papel do estágio, que corresponde hoje à uma fatia enorme, se constituindo basicamente como uma residência médica, em processo tem que ser melhorado, sendo que mesmo nas escolas privadas há de ter a supervisão dos professores e dos responsáveis pelos alunos. Citou que se prevê um núcleo para se trabalhar a questão mais intensa. Também discorreu sobre a formação básica do professor, onde se exige a formação superior, onde há que se prover a graduação para todos. Disse que a educação continuada é o grande trunfo para todos, um processo a ser administrado pela própria rede.
Em outras questões, levantou o que seria a invasão, onde deveria haver abordagem com profissionais, com todas as unidades escolares, em aproximação com a família, de modo que a criança se integre ao sistema, além de avaliar a questão do aprendizado. Também abordou sobre a mudança do processo, que na década de 60 olhava aos melhores, e hoje se volta aos alunos com maiores dificuldades, em uma visão universal. Além de discorrer sobre crianças em desigualdade social, em famíllias com renda baixa, o que resulta no baixo rendimento escolar. Citou que no ensino médio estas questões também se reproduzem e, avaliou a proposta do plano na resolução de conflitos, o que obrigará a presença de todos, em articulações para enfrentar questões de conflitos. "O plano é empolgante", disse.
O vereador Chico Almeida (PR) falou da felicidade de ver a Câmara completamente lotada, para acompanhar a audiência pública, no que enfatizou a participação de cada um, de pessoas que se preocupam em melhorar a educação. Também discorreu sobre a dificuldade de encontrar vagas, de crianças de zero a três anos, onde o volume de bolsa creche caiu muito, no que reforçou de fato a buscarmos meios para garantir estas vagas, evitando que os pais procurem a justiça para garantir oportunidades. Com relação à meta 17 e 18, de valorização do professor, considerou a importância deste mecanismo, onde o professor valorizado terá mais prazer em dar aulas. Também considerou a prosperidade do estado de São Paulo, que perde para estados do nordeste, como Pernambuco, onde o governo paulista não investe em educação. Ainda considerou a falta de reconhecimento dos trabalhadores em escolas de educação infantil.
O vereador Gilmar Tanno reforçou a importância da escola, do estudo, que deve estar em primeiro lugar. Disse que mesmo depois dos 60 anos voltou a estudar, no que parabenizou a todos os integrantes da mesa diretora, além de reforçar os trabalhos que serão debatidos na Câmara, em estudos e aprovação do plano, o que coloca Piracicaba na frente de muitos municípios, em parceira com o estado e o governo do estado.
O vereador Paulo Camolesi (Rede) falou da importância em priorizar a educação, com ênfase na valorização da educação, e seus profissionais, onde deve ser investido, com os gestores adotando medidas necessárias frentes às dotações orçamentárias, compatíveis com as diretrizes, em metas para a plena realização, sendo que as propostas e metas serão cumpridas. E, questionou no caso de não hover dotação, além de indagar o significado da palavra "diversidade", inserida no plano de educação.
O vereador Pedro Cruz (PSDB) sugeriu o envolvimento das escolas Senai, em intercâmbios, para despertar nos jovens o interesse pelo ensino técnico. Também parabenizou a todos que trabalharam para elaborar o plano, que dá esperança de mudança a ser atingida na educação. E, considerou a competência da família em educar o aluno, em amor e respeito ao próximo.
O vereador Pedro Kawai conduziu a finalização da audiência pública dando a oportunidade de todos os interessados em participar, com indagações sobre metas e revisões do plano, em discussões democráticas que deve seguir o projeto na Câmara.
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